Desdramatizar o drama e matematicar a brincar...

As conversas, por cá, são como as cerejas... quantas mais melhor!

Logo que começamos o nosso dia, lá vieram os refugiados e as mochilas e as perguntas...
- Aquela história era mesmo a sério, não era?
Pois, infelizmente a história dos refugiados não é uma história de encantar, é uma história desencantada. Mas podemos desdramatizar, abordando o assunto com naturalidade.
O que aconteceu à menina Malak acontece no nosso mundo a muitas outras pessoas, crianças e adultos... que tiveram que preparar a sua mochila e deixar tudo para trás.
Fomos rever as nossas mochilas e terminamos as que não tinham sido acabadas ontem...
Interessantes, algumas das coisas que lá colocamos, como... 
  • mapa para saber o caminho, 
  • fotos da família, para estar sempre connosco, 
  • animais de estimação, porque não os podemos abandonar... (o peixinho vai num aquário com tampa, só um bocadinho aberta)
  • a bata, porque ao chegar à outra terra queria estar pronto para ir para a escola!
A propósito da mochila do Vicente, onde ele desenhou o jogo do galo (era para eu me entreter!), exploramos como era (alguns já conheciam) e decidimos experimentar...
- Podemos jogar agora?
- Claro que sim! (e lá se foram os planos da professora ;-)
Formamos pares, com um jogador experiente e outro aprendiz e lá começamos o nosso Campeonato de Jogo do Galo:
Não foi muito difícil de aprender e alguns fizeram-no bem depressa!


No recreio, brincamos, corremos, saltamos e... redescobrimos o jogo do galo que às vezes passa despercebido debaixo do escorrega!
Na sala, alguns terminaram o tratamento de dados do mês de Março, que deu bastante o que pensar às nossas cabecinhas... 

Foi sentida a necessidade de reforçarmos as competências de contagem, a correspondência termo-a-termo e a capacidade de associação do número à quantidade, entre outros conteúdos matemáticos de gente grande... 
Então a tarde foi passada matematicando a brincar, na área dos jogos de mesa!
Gostamos muito quando a professora brinca connosco nas áreas, o que nem sempre pode acontecer... ficou prometido que amanhã haverá mais, principalmente para os que se dedicaram a outras coisas e não tiveram oportunidade.
O nosso mais pequenino, surpreendeu-nos quando, brincando sozinho no quadro magnético com letras coloridas, sequenciou todo o alfabeto, de A a Z, da esquerda para a direita e de cima para baixo, tal como o sentido da leitura. 
Ficamos admirados, mas já sabemos que ele é mesmo um menino especial!

Mas a curiosidade continuava em torno dos refugiados e, logo que houve oportunidade, decidimos continuar a conhecer este drama, pesquisando por imagens: do país que os refugiados deixam, todo destruído pela guerra; dos barcos que os transportam; dos locais onde vivem depois da viagem, chamados acampamentos e de crianças sírias.
Esta foi a nossa seleção de imagens:
Chegamos a algumas conclusões:
- Nós temos muita sorte porque a guerra não é cá!
- E assim não temos que fugir das nossas casas.
- Coitadinhos dos refugiados, eles precisam de ajuda...

Famílias fixes:
Hoje seguiu para casa no vai-vem a mochila que desenhamos no âmbito da iniciativa "E se fosse eu?" (#esefosseeu)
Vejam esse registo, valorizem e conversem connosco sobre o assunto, com naturalidade. 
Somos pequenos, mas percebemos muitas coisas, ajudem-nos a desdramatizar este drama.
E valores humanos como a compaixão e a solidariedade cultivam-se desde pequeninos.

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