Sobre "mitos"...

Antes de chegar ao jardim de infância (e por vezes mesmo depois... o que é pior) algumas pessoas têm ideias pré-concebidas sobre o que é e para que serve uma sala de atividades pré-escolares.
Este artigo, partilhado já na nossa página do Facebook, foi integralmente retirado de Curiososeb, onde se remete a sua compilação para a página Mundos de Vida
Aqui fica, na íntegra... leiam, por favor.

6 MITOS (de que se fala) sobre a preparação de uma criança no JARDIM DE INFÂNCIA para a ESCOLA PRIMÁRIA (recolhidos pela MUNDOS DE VIDA).



Os primeiros cinco anos de vida de uma criança são críticos. 

A sua relação e as suas primeiras experiências com o ambiente que a rodeia vão influenciar o desenvolvimento do cérebro, criando conexões neuronais que vão constituir a base para o desenvolvimento da linguagem, o raciocínio, a resolução de problemas, o comportamento e o seu bem-estar emocional - caraterísticas que vão determinar, futuramente, o sucesso da criança na escola e na vida.

Existem, no entanto, alguns MITOS (de que se fala...) sobre o papel que o Jardim de Infância deve ter na preparação da criança para a Escola Primária, que é bom esclarecer: 


MITO 1 – Ensinar o alfabeto todo é fundamental para preparar uma criança para a escola primária.
VERDADE: Não é assim. Aprender o alfabeto não é realmente fundamental. Aos cinco anos seria, sobretudo, reflexo de uma memorização precoce. É mais importante que as crianças saibam reconhecer as letras e identificar os seus sons. 

MITO 2 - As crianças precisam saber contar até 50, antes de entrar para a escola primária.
VERDADE: Não é assim. Embora seja importante que as crianças entendam a ordem dos números, é mais importante que entendam a correspondência de 1 para 1 (que cada número contado corresponde a um objeto, a uma pessoa, …) e compreendam a noção de quantidade.

MITO 3 – Quanto mais coisas a educadora ensinar à criança, melhor.
VERDADE: Não é assim. As crianças entendem melhor os conceitos quando são elas próprias que estão envolvidas, ativamente, na exploração e na aprendizagem, em vez de tudo lhes ser dito por alguém. O papel da educadora e dos adultos, é mais o de estar perto, a estimular e a guiar, de forma intencional, a sua aprendizagem. 

MITO 4 - Quanto mais a estrutura do programa de um Jardim de Infância se parecer com o programa da Escola Primária, mais uma criança fica melhor preparada. 
VERDADE: Não é assim. Uma criança pequena aprende melhor num ambiente onde pode escolher a área onde quer brincar, onde possa selecionar os próprios materiais, pelo menos numa parte do dia e onde lhe é dada liberdade para tentar fazer coisas novas, com o apoio da educadora, que a orienta na sua aprendizagem e nas suas descobertas. 

MITO 5 - As crianças precisam de estar caladas na sala para aprender melhor.
VERDADE: Não é assim. As crianças pequenas precisam de um ambiente onde se fale bastante, rico de palavras, onde os adultos criam interações, para elas poderem desenvolver a linguagem e aprender novas palavras.

MITO 6 – Para aprender a escrever, deve saber desenhar todas as letras.
VERDADE: Não é assim. Embora aprender o desenho da letra tenha valor, para uma criança pequena, o mais importante é entender que se pode fazer o registo das ideias no papel. Quando uma criança faz alguns rabiscos e diz: "este é o meu pai", ou quando escreve o seu nome num desenho, a criança começa a fazer, realmente, as associações significativas entre a palavra falada e a palavra escrita.

Em síntese:

Nem sempre saber “mais e mais cedo” é o melhor. 

Mais do que ensinar "matérias escolares" para preparar a criança para a escola primária, o que é mais importante no jardim de infância é dar à criança oportunidades de explorar e fazer as suas experiências num ambiente onde a educadora e os adultos assumem o papel de alguém que apoia, guia e ajuda, com intencionalidade, a expandir a sua própria aprendizagem. 

E se é verdade que um Jardim de Infância deve ajudar na transição, também não é menos verdade que a Escola Primária (o que nem sempre acontece ou da melhor forma) deve dedicar as primeiras semanas do primeiro ano para apoiar a criança e os seus pais na transição, ajudando-as a criar rotinas e sentirem-se seguras numa nova etapa da sua vida, apresentando-se, desde o primeiro dia, como uma "escola amiga da família".

(fim do artigo citado)

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As Orientações Curriculares para Educação Pré-escolar (referencial curricular da Educação de Infância) referem que "é função do educador proporcionar as condições para que cada criança tenha uma aprendizagem de sucesso na fase seguinte".
Quem desejar aprofundar este assunto, pode ler:



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